Desenvolvimento ecologicamente correcto

 

Cana, bagaço, açúcar, álcool. Da cana-de-açúcar, nada se perde. Tudo se transforma em desenvolvimento sustentável. A cana-de-açúcar se transforma em um milhão de empregos directos no Brasil, 511 mil apenas na produção de cana-de-açúcar e os demais distribuídos pela agroindústria de açúcar e de álcool. O agronegócio da cana gera 6% dos empregos totais do País.

Transforma-se em oxigénio, pela fotossíntese, contribuindo para reduzir milhões de toneladas de CO2, o dióxido de carbono, uma das substâncias que além de causar a poluição do ar, ainda é responsável pelo efeito estufa que provoca o aquecimento da terra. Desde o cultivo da cana, do preparo do solo, do plantio, do crescimento, da queimada e do corte, ao longo de 12 meses, gera-se um balanço líquido de 220 toneladas de oxigénio por hectare, considerando inclusive a queimada da cana. Ela polui bem menos do que o automóvel a gasolina. O vegetal realiza a fotossíntese e produz o oxigénio em sua fase de crescimento.

Quando se torna adulto, como e o caso da floresta Amazónica, ele pára de produzir, ou seja, o balanço de oxigénio dele fica em zero a zero. Assim, na verdade, o grande produtor de oxigénio é a agricultura. A cana-de-açúcar se transforma em energia, na medida em que a queima do bagaço movimenta turbinas, gerando energia eléctrica que torna auto-suficientes unidades industriais e criando excedentes que são vendidos às concessionárias.

No Estado de São Paulo, o sector gera entre 1.200 e 1.500 megawatts (MW) para consumo próprio; 40 usinas produzem excedentes de 158 MW E a luz que vem da cana já ajuda a iluminar diversas cidade. O potencial de geração de energia da agroindústria canavieira está em torno de 12.000 MW - a potência total instalada no Brasil é de 70.000 MW. Em 2002, em função de novos projetos, mais de 300 MW devem ser adicionados e, em curto prazo, o sector poderá contribuir com 4.000 MW adicionais.

A cana-de-açúcar se transforma em riquezas e divisas para o Brasil, o maior produtor mundial de açúcar de cana do mundo. Este sector movimenta cerca de US$ 8,3 bilhões, 1,6% do Produto Interno Bruto Brasileiro. Somente em São Paulo, movimenta US$ 4,9 bilhões. E o açúcar trouxe para o País, em 2001, cerca de US$ 2,27 bilhões, resultado de exportações. Transforma-se em combustível que utiliza uma fonte renovável, ao contrário do petróleo, combustível fóssil que precisa de milhões de anos para se formar. A cada ano, canaviais do Brasil produzem 6,4 bilhões de litros de álcool anidro, um importante aditivo à gasolina, e 5 bilhões de álcool hidratado, que ainda movimenta milhares de veículos.

Também contribui para a diminuição das substâncias que provocam o efeito estufa, ao ser adicionado à gasolina e ser utilizado como combustível em veículos movidos exclusivamente a álcool. O Brasil, graças à agroindústria canavieira, é pioneiro na utilização em larga escala de combustível limpo e renovável. Oferece exemplo prático de desenvolvimento sustentável ao combinar contribuição à melhoria do meio ambiente, exploração de vocações económicas locais e geração descentralizada de emprego e renda. Isso é desenvolvimento sustentável, termo criado em 1987, definido no Relatório Nosso Futuro Comum da 'Brundtland Commision' (Comissão Mundial para Meio Ambiente e Desenvolvimento) como "desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazer as suas próprias necessidades". 


Veja também:

Mercado de trabalho

Desenvolvimento sustentavel
Constituição da Republica democrática de São Tomé e Príncipe