Desenvolvimento sustentável e agenda 21
Existem diferentes interpretações para o termo desenvolvimento
sustentável. No entanto, o governo Santomense adota a definição
apresentada no documento Nosso Futuro Comum, publicado em 1987, também
conhecido como Relatório Brundtland, no qual desenvolvimento sustentável
é concebido como "o desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir
suas próprias necessidades". O Relatório Brundtland - elaborado pela
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas
Nações Unidas e presidida pela então primeira-ministra da Noruega, Gro
Harlen Brundtland - faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à
Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelo de
desenvolvimento adoptado pelos países industrializados e reproduzido
pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso
excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte
dos ecossistemas. O relatório aponta para a incompatibilidade entre
desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes. É um documento
que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a reflectir,
global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas,
organizações não governamentais e todos os sectores da sociedade poderiam
cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Cada
país desenvolve a sua Agenda 21 e em S.T.P. as discussões são
coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e
da Agenda 21 Nacional (CPDS). A Agenda 21 é o resultado de um acordo
firmado entre 179 países durante a Conferência das Nações Unidas para o
Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, e se constitui num poderoso
instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo
paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso,
contemplando maior harmonia e equilíbrio entre o todo e as
partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento.
Com a Agenda 21 criou-se um instrumento aprovado internacionalmente, que
tornou possível repensar o planeamento. Abriu-se o caminho capaz de
ajudar a construir politicamente as bases de um plano de acção e de um
planeamento participativo em nível global, nacional e local, de forma
gradual e negociada, tendo como meta um novo paradigma económico e
civilizado. |