LICORES
  Fabrica de Licores

 

 

  Quem nunca se deliciou com um fino licor, de receita familiar, depois dum opíparo jantar? A tradição do licor encontra, de facto, a sua origem no fabrico caseiro. O seu papel social, aliado a um valor algo balsâmico, é amplamente conhecido na vivência Santomense. Em São Tomé, os licores de maior destaque usam como matéria-prima  o ananás e o laranja. Mas doutros sabores como a manga, a tangerina, a banana, o maracujá ou o limão reza também a historia.

    Para alem do peso histórico e familiar, os licores representam igualmente o aproveitamento racional dos excedentes das culturas de ananás e laranja, cujas características exóticas, enriquecidas pelo solo e clima santomense, emprestam aos licores um aroma envolvente e um sabor fino e revigorante.

    Desde que o fruto entra na fabrica até à saída do licor, o processo de transformação pode demorar de um a dois anos, dependendo do período de envelhecimento de cada marca. A produção inclui fases como a escolha do fruto, maceração da polpa, maturação, filtragem, envelhecimento em cascos de carvalho e engarrafamento.

    O segredo de cada licor está bem guardado por quem o produz. Mas parte do seu sucesso deve-se ao facto, bem conhecido, de estes licores serem produtos totalmente naturais, sem adição de corantes ou conservantes, podendo-se assim maximizar o sabor e o aroma dos frutos que lhes dão origem. E mesmo a colocação manual dos rótulos é um reflexo desta preocupação em não se perder a tradição.

Os licores são bebidas alcoólicas coloridas e adocicadas. Surgiram como experiências de médicos e alquimistas na Idade Média, que os empregavam para efeitos medicinais, na forma de elixir e afrodisíacos. Todos os licores possuem alto conteúdo de açúcar, mas quanto ao gosto as combinações são ilimitadas.

Os licores surgiram para guardar, transmitir e potencializar os princípios ativos e os sabores de ervas, plantas e frutas no álcool. Apareceram na Antiguidade, quando egípcios e gregos deram os primeiros passos rumo ao domínio das técnicas de destilação. Naquela época, a bebida era usada para a cura de todos os males, como elixir de rejuvenescimento ou poção do amor.

Durante os séculos IV, V e VI de nossa era, as receitas de licores ficavam confinadas no maior segredo, em laboratórios de alquimia e nos mosteiros. Por serem grandes cultivadores de ervas - com finalidades terapêuticas, claro -, os religiosos acabaram criando grandes licores, como o Bénédictine e o Chartreuse. A bebida como a conhecemos actualmente só foi produzida por volta do ano de 1250, quando o químico catalão Arnold de Vila Nova fez um tratado sobre a infusão de ervas no álcool. Vila Nova foi o primeiro a escrever receitas de licores medicinais. (O ÁLCOOL E OS LICORES Laura Roble)

 

 

                                

 

Fabrica de Licores

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